fevereiro 27, 2007
Palavras secretas
Encandescente
Queria cobrir-te de letras
Juntá-las
Formar palavras
Construir frases
Escrever um poema
Depois ler-te
Decorar-te
Beijar as letras
Que formaram as palavras
Que se tornaram verso
Que te tornou poema
Arrancá-lo de ti
Absorvê-lo
Esconde-lo
E guardar-te
Poema tesouro
Secretas palavras
Escritas só para mim.
fevereiro 26, 2007
fevereiro 25, 2007
Brincando
Alexandre Leão
Eu faço mar
Você barco
Vamos brincar de viagem
Eu sou remo
Você âncora
No mar precisa coragem
Eu sou vela
Você mastro
Vamos correr pra outra margem
Eu faço mar
Você barco
Vamos brincar de viagem
Eu canto na maré cheia
Você na maré vazante
Nada importa vamos nós
Brincando de navegantes
Eu sou vela
Você mastro
Vamos correr pra outra margem
Eu faço mar
Você barco
Vamos brincar de viagem
fevereiro 23, 2007
fevereiro 19, 2007
Essa Mania
Martinália
Hoje o meu coração mudou
Já não sei porque vim, quem sou
Mas sinto e sou capaz
E o resto tanto faz
Foi só eu descansar
Junto ao pé de uma árvore que me acolheu
E depois me ocorreu
Vi que a vida que vivia em mim
Agora vive aqui nesse lugar
Em volta das sombras
Essa ilha é a reunião das infinitas direções
Que o vento traz com as ondas
E é quando me vejo a garimpar
As pedras, a montanha, o seu olhar
Essa mania, essa mania, essa mania
Essa mania de viver
Apesar de saber
Que nem tudo que eu quis eu pude conhecer
Nem deu pra mais prazer
Se cheguei até aqui
Bem no topo do vulcão, não posso mais descer
Mas tem como escorrer
Porque a natureza do amor
Esta contida na beleza e na surpresa das manhãs
Dias que parecem tão iguais
Mas de repente têm sinais de uma nova magia
Depois desse encontro singular
O Mato, o rum, o vinho, o mel e o mar
Essa menina, essa menina, essa menina
Essa menina vem me dizer
Essa mania, essa mania, essa mania
Essa mania de viver
fevereiro 16, 2007
Desculpem-me...
Ivy Wyler
Desculpem-me os infelizes, mas estou explodindo de felicidade
Desculpem-me os insensíveis, mas quero morrer nesse sentir
Desculpem-me os surdos, pelo deleite que essa música me traz
E os mal-amados, porque morro de amor...
Os abstêmios, pelo prazer que essa bebida me proporciona....
os cansados, desiludidos, carentes....
Sou plena, intensamente EU, amada, desejada, querida.
Desculpem-me os famintos: delicio-me com esse prato.
Desculpem-me os poetas...não pretendo fazer poesia...
Sou, simplesmente.
Com toda a liberalidade das paixões,
Com toda a consciência do ser, do estar, do sentir, do querer.
E que venham todos: amados, amantes, mal-amados.
Postem-se, todos.
Meu querer os prostrará.
fevereiro 14, 2007
fevereiro 08, 2007
Amiga
Florbela Espanca
Deixa-me ser a tua amiga, Amor;
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...
fevereiro 07, 2007
e
Clarice Lispector
(trecho de Água Viva)
Algo está sempre por acontecer.
O imprevisto improvisado e fatal me fascina.
Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo.
Você tornou-se um eu.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas.
É tão silencioso.
Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes.
Tais momentos são o meu segredo.
Houve o que se chama de comunhão perfeita.
Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Clarice Lispector
(trecho de Água Viva)
Algo está sempre por acontecer.
O imprevisto improvisado e fatal me fascina.
Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo.
Você tornou-se um eu.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas.
É tão silencioso.
Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes.
Tais momentos são o meu segredo.
Houve o que se chama de comunhão perfeita.
Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
fevereiro 06, 2007
Solau à moda antiga
Mario Quintana
Senhora, eu vos amo tanto
Que até por vosso marido
Me dá um certo quebranto...
Pois que tem que a gente inclua
No mesmo alastrante amor
Pessoa, animal ou coisa.
Ou seja lá o que for,
Só porque os banha o esplendor
Daquela a quem se ama tanto?
E sendo desta maneira
Não me culpeis, por favor,
Da chama que ardente abrasa
O nome de vossa rua,
Vossa gente, vossa casa.
E vossa linda macieira
Que ainda ontem deu flor...
fevereiro 05, 2007
Hoje eu tô sozinha
Ana Carolina
Hoje eu tô sozinha
E não aceito conselho
Vou pintar minhas unhas e meu cabelo de vermelho
Hoje eu tô sozinha
Não sei se me levo ou se me acompanho
Mas é que se eu perder, eu perco sozinha
Mas é que se eu ganhar
Aí é só eu que ganho
Hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém
Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
De fazer o café fraco
Parei de pegar o carro correndo
De ligar só pra você
De entender sua família e te compreender
Hoje eu tô sozinha e tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior
fevereiro 04, 2007
fevereiro 03, 2007
Percepções
Leslie Holanda
Não sei o que tens ao certo
Mas, em ti o belo há desperto
Na vibração das palavras
Na sinceridade de gestos
No intuir...aberto
Não sei o que posso descobrir
Mas, em ti há de resistir
O dom de viver
A sabedoria de sorrir
O som...persistir
Não sei o que guardas
Mas, em ti há canção
Mistérios da vida
Possibilidades
Enigma...intenção
fevereiro 02, 2007
fevereiro 01, 2007
Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar
Ana Carolina
Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
Clara, noite rara, nos levando além
da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos
na escuridão
Me agarrei nos seus cabelos
Sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
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