janeiro 30, 2007



Despedida
Flora Figueiredo

Se tiver que ir, vai
O que fica para trás,
não sendo mentira,
não racha,
nem rompe,
não cai.
Ninguém tira.

Já que vai,
segue se depurando pelo trajeto,
para desembarcar passado a limpo,
sem máscara,
sem nada,
sem nenhum desafeto.

Quando chegar,
sobe ao ponto mais alto do lugar,
onde a encosta do mundo
faz a curva mais pendente.
E então acena.

De onde eu estiver, quero enxergar
esse momento em que você vai constatar
que a vida vale grandemente a pena.

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