julho 26, 2007



Poema quieto
Flora Figueiredo

Deixe que o silêncio discorra por nós
e ache as respostas,
que nos beije o peito,
que nos coce as costas
e nos de o direito de calar
o tempo.
Deixe que ele cubra o momentoe
se distenda leve
como um lençol de renda;
que seja arguto o bastante
para impedir o instante de ser breve.
Deixe que o silêncio nos proteja.
Pra que ninguém escute,
nada se revelee possamos trocar as nossas peles
sem que a censura veja.


Nenhum comentário: