junho 09, 2009



Soneto XL
Era verde o silêncio
Pablo Neruda

Era verde o silêncio, molhada era a luz,
tremia o mês de junho como uma borboleta
e no astral domínio, desde o mar e as pedras,
Matilde, atravessaste o meio-dia.

Ias carregada de flores ferruginosas,
algas que o vento sul atormenta e esquece,
ainda brancas, fendidas pelo sal devorante,
tuas mãos levantavam as espigas de areia.

Amo teus dons puros, tua pele de pedra intacta,
tuas unhas oferecida no sol de teus cabelos,
tua boca derramada por toda a alegria,

mas, para minha casa vizinha do abismo,
dá-me o atormentado sistema do silêncio,
o pavilhão do mar esquecido na areia.

3 comentários:

Morgana - Euluazinha disse...

Ual!!!!
"...verde o silêncio e e molhada a luz", que lindoooo, este eu não conhecia, como sempre simplesmente lindo tudo aqui.
Beijos minha querida

Luci disse...

Boa noite Marie...
Belo post...profundo!

Um maravilhoso FDS pra vc e sua família ..otimo feriado!
Beijos

Lucas Lima disse...

Neruda me deixa meio perdido as vezes, até entre meu limite de gostar e não gostar, rsrs
Gostei disso, ou não, rs
Boa semana, rs