fevereiro 24, 2006
fevereiro 23, 2006
Raiz da Vida
Maria Neide
O peito da gente
É um roseiral
Onde brotam
As mais lindas flores.
Todas as cores...
Todas as espécies...
E os espinhos
Que mais machucam...
Sangram a alma
E abrem feridas
Que as pétalas da esperança
Nem sempre cicatrizam.
Exalam, no entanto,
O perfume
Que ameniza a dor:
A aptidão
Para viver e ser feliz.
O peito da gente
É um jardim
Onde nascem e morrem
Todas as emoções.
E o coração ocupa
A mais bela
De todas as funções:
É a Raiz.
fevereiro 22, 2006
fevereiro 21, 2006
Se tu viesses ver-me...
Florbela Espanca
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
fevereiro 20, 2006
BENDITAS
Mart?nália - Zélia Duncan
Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas
A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente,
não mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma
fevereiro 17, 2006
fevereiro 16, 2006
Inquiet(a)ção
Maria José Zanini Tauil
Mexo no caldeirão de bruxa
Crio poções de sentimentos
Ora ousados...ora retraídos
Inconscientes e conscientes
Loucos e lúcidos
Busco significados
Para o que fui e o que sou
Porque acho que não quero ser
Avanço no escuro
Apalpo inquietudes
Aquieto-me para sentir
A vida que se esvai em mim
E nesse labirinto
Encontro um fio feito de afeto
Seguro a ponta
E sigo seu trajeto
Sem ter a menor idéia
De onde vai me levar.
fevereiro 15, 2006
fevereiro 14, 2006
fevereiro 13, 2006
O Livro dos Gatos - 21
(José Jorge Letria)
Os gatos entraram na minha casa
pela porta dissimulada da noite
e não tinham pressa nem sono.
Eram gatos do tamanho de sombra
se trouxeram-me a paz felina
das auroras inquietas, exaltadas.
Nunca mais partiram. Sonharam,
em teias de fumo, a minha evasão
de menino à solta nos livros,
e nunca me disseram aquilo que aprenderam,
sonhando o que sonharam. Imóveis.
fevereiro 10, 2006
A Maçã de Eva
(Encandescente)
Fui eu sim.
Fui eu que deixei essa marca ai.
Essa marca, que questionam
Que dizem imoral
Libertina
Quase pornográfica
Assim à mostra
Assim exposta.
Mas tenho uma desculpa
Uma justificação
Uma razão plausível
Para ter feito o que fiz.
Quis ser Eva no paraíso,
Provar o fruto proibido.
E mordi-te, provei-te
E na tua pele, no teu corpo
E pela tua mão
No paraíso entrei.
fevereiro 09, 2006
Há Mulheres
(Rita Ribeiro)
Há mulheres que se pintam de caulim
na costa do marfim
para o deus louvar
Eu também me pinto para o luar, em mim
a prata derramar
Oh! Musa da inspiração!
Oh! Musa da inspiração!
Oh! Musa da inspiração!
Oh! Musa da inspiração!
Caia sobre mim este céu sem fim
Caia (caia), sobre mim este céu
fevereiro 08, 2006
fevereiro 07, 2006
fevereiro 06, 2006
Nesta rua
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
que se chama, que se chama solidão
dentro dele, dentro dele mora um anjo
que roubou, que roubou meu coração
Se roubei, se roubei teu coração
tu roubaste, tu roubaste o meu também
se roubei, se roubei teu coração
é porque, é porque te quero bem
Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
para o meu, para o meu amor passar
fevereiro 03, 2006
Uma alma gêmea
é alguém cujas fechaduras
coincidem com nossas chaves e
cujas chaves coincidem
com nossas fechaduras.
Quando nos sentimos seguros
a ponto de abrir as fechaduras,
surge o nosso eu mais verdadeiro
e podemos ser completa e
honradamente quem somos.
Cada um descobre a melhor
parte do outro.
(Richard Bach)
fevereiro 02, 2006
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