maio 28, 2008
Só vendo que beleza (Marambaia)
Rubens Campos
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza.
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brinco de princesa.
Quando chega o verão eu me sento na varanda,
Pego o violão e começo a tocar.
Minha morena que está sempre bem disposta
Senta-se ao meu lado também a cantar.
Quando chega a tarde um bando de andorinhas
Passa em revoada fazendo verão
E lá na mata um sabiá gorjeia uma linda melodia pra alegrar
meu coração
Às seis horas da tarde o sino da capela
Bate as badaladas da Ave Maria
E a lua nasce por de trás da serra
Anunciando que acabou o dia.
maio 27, 2008
Retrato em Branco e Preto
Chico Buarque
Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar
maio 26, 2008
Teu nome é gato...
Cida Souza
Tens na noite teu abrigo
No perigo, teu amigo
Liberdade é música que fica
onde passa fazendo graça.
De repente só vc sente
sons que pairam no ar...
e devagar ...
seus olhos buscam o que eu
não posso ver... só crer...
Quando cansas da noite lá fora
voltas teus passos em meus abraços
Agora...
derrama teu carinho
e faz de minha cama teu ninho...
conforto, de fato
teu nome é gato.
maio 24, 2008
Hino Gay 2008
"Homofobia Mata
Por um estado laico de fato e de verdade
Daquilo que nos fez humanos
Tudo foi Diversidade
Por sermos tão diferentes
Que somos todos iguais
Brilham os olhos as mentes
Queremos brilhar em paz
O orgulho o amor o respeito
São sempre irmãos da razão
O que nos move é o efeito
Do pulso de um coração
A humanidade escondida
Precisa se revelar
Homofobia é prisão
De quem não quer se encontrar
Discriminar é crime
Não devemos nada a ninguém
Bote a mão na consciência
Que problema você tem?"
maio 20, 2008
maio 16, 2008
Quase de nada místico
Ana Luisa Amaral
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamente que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
maio 15, 2008
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Alberto Caeiro
maio 14, 2008
maio 12, 2008
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